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A Oportunidade de Fortalecer a Cultura Organizacional e o sentimento de pertencimento

A cada dia, o período de pandemia e o que veio antes dela parecem mais distantes. A forma de funcionamento das empresas mudou, assim como os horários, os locais de trabalho, os formatos de reunião, o atendimento e outros diversos processos. Neste contexto, a cultura organizacional das empresas também se modificou. Mas quais são as previsões para as formas organizacionais e como vamos ressignificar essas formas com sucesso nesse novo contexto corporativo para reter e atrair talentos?

Antes de mais nada, o que é Cultura Organizacional?

Para prosseguirmos e nos aprofundarmos no assunto e suas oportunidades, vamos primeiro começar te contando o que é a cultura em si e a chamada cultura organizacional.

Cultura

Quando pensamos em cultura, estamos falando de práticas, ou seja, cada um de nós lê e observa o mundo a partir do contexto da nossa origem e criação. Desse modo, temos valores, crenças e ações que nos definem como indivíduos, mas também como parte de um coletivo.

Grande parte da nossa cultura é naturalizada por nós mesmos. Realizamos ações e nos comportamos em ambientes a partir do nosso repertório, de uma forma quase automática.

Cultura Corporativa

Quando tratamos deste tipo de cultura, também nos referimos a crenças, práticas, ações, hábitos, símbolos e valores – para citar alguns – coletivos. Mas diferente da cultura em si, estes valores representam o ambiente corporativo e a identidade da empresa.

Todo ambiente de trabalho apresenta certos tipos de posturas e condutas vistas como adequadas ou não, mesmo quando não são estabelecidas oficialmente. No segundo caso é que mora o perigo. Não definir uma cultura corporativa clara pode gerar uma desordem de objetivos.

Agora que entendemos o que é a tal da Cultura Organizacional, vamos aos tipos que existem

Para entender melhor, consultamos os especialistas. Segundo Charles Handy (1976), estudioso das organizações, existem quatro tipos de cultura organizacional mais frequentes:

Do Poder

Se centra no chefe ou somente em alguns colaboradores que determinam todo o andamento da corporação. Além do poder de decisão ficar concentrado nas mãos de poucas pessoas, tudo se centra em ganhar poder, o que pode criar um ambiente desagradável.

De Papéis

Cada um tem sua função dentro da empresa e isso acaba por gerar menos engajamento, além de individualizar os processos. Isso pode resultar em uma desconexão com a missão e a visão da empresa.

De Tarefas

A cultura organizacional centrada em tarefas está relacionada ao conceito de projetos. Isso possibilita a criação de ambientes mais participativos e atividades sociais fortalecidas, de modo a gerar maior engajamento com o grupo e com os objetivos da empresa.

De Pessoas

Foca na valorização do indivíduo, incentivando discursos que reconheçam o papel de cada um na empresa. Esta valorização cria um clima organizacional benéfico e propicia processos mais agradáveis no espaço de trabalho. 

Por que devemos nos preocupar com a Cultura Organizacional?

Segundo Chiavenato (1976), um dos principais nomes das teorias administrativas, a cultura organizacional é um dos fatores do fracasso ou do sucesso corporativo. Ela culmina no engajamento ou não dos colaboradores no sucesso da empresa.

Se você não organiza a sua cultura corporativa, ela vai ser feita sem o seu controle, gerando hábitos que podem ir na contramão da missão, visão ou valores da empresa. Isto pode causar problemas mais cedo ou mais tarde.

Uma Cultura Organizacional clara e efetiva gera mais engajamento dos colaboradores. Ela cria um ambiente mais agradável e ajuda para que o tão conhecido “vestir a camisa” deixe de ser um bordão e se torne uma prática consciente e espontânea. 

Pilares de uma cultura corporativa

Abaixo, elencamos 4 pilares para melhorar os processos e ajudar a estruturar discursos claros sobre a posição da empresa quanto aos seus colaboradores, seus valores e crenças coletivas:

Pilar 1: Linguagem

Defina o nível da formalidade no ambiente de trabalho. Os jargões, por exemplo, a depender da área são comuns, mas pense nos outros significados a eles agregados.  A linguagem não se resume somente na forma de falar, mas nas ideias, nos conceitos comuns. Deixar esta mensagem clara é muito importante, inclusive para os novos colaboradores, para não atrapalhar a mecânica da equipe.

Independente da formalidade, o respeito ao colega é essencial.

Pilar 2: Valores

Quais são os valores defendidos pela corporação? Os valores e as crenças dos colaboradores estão de acordo com a empresa? A honestidade, a ética, o trabalho coletivo, por exemplo, devem ser considerados e informados desde a contratação.

Pode parecer simples, mas vejamos: se sua empresa baseia seus valores no trabalho coletivo, porém alguém no seu time não gosta de trabalhar em grupo, isto, naturalmente, vai resultar em problemas, caso ele não esteja disposto a mudar. 

Pilar 3: Reconhecimento

Dar crédito somente ao chefe ou à direção cria um sentimento de insatisfação no coletivo. Afinal,  todos são fundamentais para atingir as metas e não ser reconhecido cria um sentimento de frustração.

Quando as pessoas são reconhecidas, além de se sentirem valorizadas e observadas, ainda entendem seu papel dentro do todo. Afinal, todo mundo gosta de ser validado em seus esforços.

Pilar 4: O ambiente trabalhista como espaço de bem-estar

Esta é uma das posturas mais presentes em empresas que olham para o futuro: utilizar os espaços e os eventos cotidianos como oportunidade de encontro, aproveitar quebras de rotina para criar uma espaço mais dinâmico e melhorar o clima empresarial.

Um exemplo de valorização do espaço de bem-estar está relacionado a um aspecto extremamente emocional de nossa cultura: a alimentação. Ao criar espaços agradáveis e coletivos para as refeições, você proporciona às pessoas uma atmosfera afetiva. Afinal, quem não fica bem quando sente que está em casa?

Isso reforça as relações interpessoais, além de permitir que os colaboradores se sintam em um ambiente de descompressão. O resultado é visível: na melhoria da produtividade e, sobretudo, na saúde física e mental de cada um deles.

Em um passado não tão distante…

Quando pensamos sobre as corporações antes da pandemia, imediatamente, nossa mente remete aos espaços físicos e horas batidas no ponto. Muitas vezes, essa estrutura 100% presencial, tão predominante há cerca de três anos, permitia que os gerentes acompanhassem melhor a produção dos seus colaboradores.

Em alguns casos, mesmo essa presença já gerava problemas, porque acabava criando ambientes estressantes. Passamos muitas horas do nosso dia trabalhando. Se o ambiente não for agradável, a tendência é que trabalhemos com menos disposição. 

Os momentos coletivos que focam no bem-estar dos colaboradores geram trocas positivas e resultam na melhora nos resultados. O momento da alimentação, por exemplo, é um momento de conexão com os outros e deve ser pensado na sua cultura organizacional.

Empresas flexíveis

Uma tendência que se observa é que várias empresas nas últimas décadas começaram a se tornar mais flexíveis e a valorizar estes momentos coletivos. Essas ações facilitam na integração dos valores, crenças e hábitos que a corporação defende. 

Um discurso bonito, mas sem aplicação prática e sem ter espaço coletivo de adoção cai por terra e acaba em uma postura fraca, que pode gerar diversos problemas de convívio entre os colaboradores. Por isso, a cultura organizacional que a empresa propõe não deve se limitar ao discurso.

E o “flexível” vai muito além do modelo de trabalho híbrido. Temos várias empresas que apresentam modelos mais flexíveis de horários, vestimentas e processos de integração. Separamos alguns exemplos de corporações reconhecidas nacional e internacionalmente que adotaram esse conceito de cultura flexível: 

GOOGLE

Defende uma postura mais informal no trabalho. Ao invés de um discurso individualista, se propõe a projetos coletivos. Espaços de integração, de alimentação e atividades comuns são incentivados, gerando um sentimento de pertencimento.

Natura 

Com a frase “bem estar bem”, vemos uma cultura que valoriza cada colaborador, em que a pessoa vem em primeiro lugar. O bem-estar das pessoas gera o bem-estar social e corporativo. E o resultado já sabemos: é uma reação em cadeia.

Magazine Luiza

A empresa possui uma postura organizacional de incentivo ao colaborador que, inclusive, rendeu destaque internacional e foi parar em Harvard

O que aprender para começar a implementar?

Com o fortalecimento do home office, os espaços destinados a tudo que envolve relações interdisciplinares se tornaram ainda mais importantes. E o ambiente físico das empresas não ficaria de fora disso.

Afinal, como dissemos anteriormente, estamos nos referindo a lugares onde as pessoas passam 8 horas diárias e precisam se sentir tão bem quanto em casa. Logo, os  espaços de trabalho terão que atender esta nova demanda, criando ambientes mais amigáveis e com rotinas mais dinâmicas

Para melhores resultados, o ideal é focar em quebras de rotina, almoços coletivos, espaços de lazer, entre outros. Isso fará com que o ambiente físico fique mais atrativo e o profissional mais disposto para produzir.

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